quinta-feira, 6 de maio de 2010

Experiências Gens do Nordeste

Com a finalidade de promover a comunhão fraterna entre todos, apresentamos a seguir algumas experiências de vivência da Palavra feitas por seminaristas do Nordeste brasileiro.

Amar até o fim

Otaviano Silva Pimenta

No mês de fevereiro fiz uma experiência no seminário, através da qual pude amar por primeiro. Aqui no seminário é costume um grupo de cinco seminaristas ficarem juntos na mesma mesa durante um mês. No inicio do mês, durante as refeições, percebi que meus colegas não tinham o costume de esperar que todos terminassem a refeição para sairmos juntos da mesa. Foi ali que encontrei a oportunidade de amar e, na primeira semana, fiquei e esperei que o colega terminasse sua refeição. Na semana seguinte os colegas de mesa tinham percebido a minha atitude e começaram também eles, a fazer o mesmo. Já estávamos quase no meio do mês e éramos os únicos que ficávamos juntos até o final de cada refeição.
Fiz uma experiência muito significativa também na faculdade. Num intervalo eu estava sentado com outros três seminaristas. Decidi comprar um biscoito para comermos juntos e escolhi o recheado com morangos. Ao chegar com o pacote de biscoitos, meus colegas manifestaram sua preferência pelo recheado com chocolate. Então, decidi trocar por este, de modo que eles sentiram-se amados e tivemos um belo momento de comunhão. Participando do 3º Congresso nacional de seminaristas, na Mariápolis Ginetta em São Paulo, pude experimentar vários gestos concretos de amor. Cheguei ao local do Congresso dois dias de antecedência e fui muito bem recebido. Ao entrar na Mariápolis encontrei alguns gens que me receberam, pegaram minha bagagem e acompanharam-me até um local da hospedagem, para eu descansar. Aquele ato de amor foi de grande importância para mim, pois voltando para Fortaleza e, retornado ao seminário, tive a oportunidade de fazer o mesmo. Meu companheiro de quarto voltava de uma diocese do interior e na sua chegada, também carreguei sua mala e o acompanhei, como fizeram comigo.
O “Biscoito da Unidade”

Francisco Erivano Galdino Clemente
Percebendo a importância de participarmos da Mariápolis, na cidade de Guarapiranga - CE, para
cultivarmos a espiritualidade da unidade e, considerando a falta de recursos, tivemos a idéia de fabricarmos biscoitos caseiros e demos a esse prato o nome de “Biscoito da unidade”. Saíamos a vender o biscoito nas comunidades, de preferência onde fazíamos nossas experiências pastorais. Decidimos isso no dia dezesseis de abril à noite, por ocasião de nosso encontro gens e contamos, também, com o apoio do Pe. Norbayro Londoño, assistente espiritual e reitor do Seminário São José da Diocese de Crato. Faz poucos meses que participo do grupo dos focolares. Sou muito grato pelo convite para participar e conhecer esse Ideal, onde descobri uma verdadeira família de irmãos. Estou começando a dar os primeiros passos, descobrindo a beleza desta espiritualidade, através desses encontros de irmãos. Sinto-me muito bem acolhido e posso dizer que ali se experimenta uma verdadeira fraternidade.

Comunhão de bens
Cícero Luciano Lima
Os seminaristas de Crato, sempre fazem a experiência pastoral da Semana Santa em uma das paróquias de nossa diocese e no final da pastoral, os padres costumam dar uma gratificação aos seminaristas. Este ano, depois da Semana Santa fomos liberados do seminário para passarmos uma semana em casa, chegando lá recebi mais algumas gratificações das pessoas que sempre me ajudam no seminário, somando um total de R$300,00 (trezentos reais.) Dois dias antes de voltar para o seminário fiquei sabendo que minha cunhada precisava de 70 reais para fazer uns exames e não tinha dinheiro. Encontrei-me com ela no momento em que eu ia ao banco para fazer o depósito. Foi quando ela partilhou comigo, sua impossibilidade em realizar o exame por falta de dinheiro. Eu não pensei duas vezes. Entreguei-lhe R$100,00 para fazer seu exame de saúde. Inicialmente ela não queria aceitar, pois também sabia da minha necessidade no seminário. Falei-lhe de minha confiança na providência divina. Posteriormente encontrei meu irmão que tinha adquirido uma casa e estava precisando justamente de R$200,00 para comprar umas janelas para poder mudar-se. Da mesma forma lhe entreguei R$200,00 para que ele comprasse o que estava precisando. Antes de retornar ao seminário a Providência divina me doou muito mais, de modo que aqueles R$300,00 não me fizeram falta. Fiquei muito feliz por poder ajudar alguém que estava precisando. Confesso que foi o Movimento dos focolares que me ensinou a agir assim, pois antes eu era muito apegado e não me desfazia de nada que era meu, principalmente o dinheiro. Mas como estou buscando sempre ver Jesus no outro, a fazer-me um com ele, a colocar-me sempre em seu lugar, estou conseguindo desapegar-me daquilo que é supérfluo.

Viagem para a Pastoral
Ademar Alves

Há alguns dias, indo para a experiência pastoral passei por uma situação um pouco constrangedora. Tendo entrado por último no carro, enquanto meus colegas conseguiram um lugar para sentar, eu tive que ficar em pé. Era por volta das 05h30min da manhã e eu estava com muito sono e já tinha, até pensado, que na viagem iria conseguir dormir um pouco. Prosseguimos o caminho e eu permanecia de mau humor, sobretudo, por ver que muitos passageiros dormiam. Contudo, em determinado momento comecei a pensar em tantas pessoas que, tantas vezes, levantam cedo e vão de casa até ao trabalho em pé e, nem por isso reclamam, enquanto eu murmurava por tão pouco. Tendo decidido a acolher com amor aquela situação, logo
pude experimentar a presença de Jesus em meio e comecei a ver aquela viagem como um grande momento de crescimento para minha vida cristã. Depois descobri um pequeno espaço ao lado do motorista e passei a observar as pessoas com um novo olhar. Comecei a conversar com o motorista e com alguns passageiros, tanto que, até acabei esquecendo a falta de um assento melhor e a viagem tornou-se muito agradável e feliz.

O verdadeiro sorriso
José Wandemberg Ferreira da Silva

Estou no quarto ano de teologia e moro no Seminário São José da Diocese de Crato – CE, onde faço parte da pré-unidade gens. Ao chegar aqui no seminário tive a notícia de que havia um pequeno grupo de seminaristas que vivia o Ideal. Logo me interessei e comecei a participar das reuniões que acontecem semanalmente. No grupo havia um seminarista que, quando criança, sofreu um acidente doméstico do qual resultou numa incisão em um dente frontal, inibindo seu sorriso. Comecei a observar a forma como ele sorria e posteriormente sugeri que ele procurasse um dentista, mas ele me falou que já fazia algum tempo que desejava restaurar seu dente, porém, por falta de condições financeiras não tinha conseguido. Vi que precisávamos fazer algo por ele e conversei com alguns do grupo sobre a possibilidade de fazermos uma comunhão de bens para este fim. Todos aceitaram de bom grado e assim realizamos a comunhão. Ao voltar do dentista, a felicidade dele era tão grande que fazia questão de mostrar a todos um largo sorriso.

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