quinta-feira, 6 de maio de 2010

Experiências dos Gens da Escola Ianua Coelli 2010


A seguir, desejamos partilhar um pouquinho a experiência de três seminaristas de três diocese diferentes que, com o consentimento do respectivo bispo, decidiram neste ano, interromper o estudo da teologia para participar da Escola Gens Ianua Coelli, na Mariápolis Ginetta, em Vargem Grande Paulista - SP. O Thiago é de Ponta Grossa - PR; Marcelino é de Anápolis - GO e Jean é de Joinville - SC.

Um presente de Deus


Para nós, estar fazendo a Escola Gens, Ianua Coelli, na Mariápolis Ginetta, é um grande presente
que recebemos de Deus. Já se passaram dois meses e as experiências são muitas. Somos três e nossa casa tem quatro quartos, mas para construir a presença de Jesus em nosso meio, decidimos fi car juntos, no mesmo quarto. Assim, podemos partilhar nossas alegrias e sofrimentos, pois durante o dia quase não nos vemos, devido ao trabalho que realizamos. Tudo aqui é uma escola, aprender a lavar e passar nossas roupas, a cozinhar..., coisas que dificilmente fazemos em nossos seminários. Mas também aprendemos a pôr em prática a arte de amar, a arte de conviver, a arte de nos desapegar, a arte de perder a própria vontade para fazer a vontade de um Outro que nos fala a cada dia: “Eu serei o vosso mestre”. Cada um de nós, a partir de agora, contará alguma experiência que teve neste início de ano.

Relógio “doido”

“Poderia partilhar várias experiências, mas gostaria de destacar uma que foi muito forte. Como alguns já sabem, trabalho em uma fábrica de móveis e o ambiente de uma fábrica é bem diferente, pessoas de várias convicções religiosas, pessoas ‘malhas’, com uma linguagem bem diferente da que estou acostumado. Conversava com um Gen quando outro jovem, funcionário da fábrica, se aproximou de nós. Conversa vai, conversa vem, ele me disse: ‘Mano, relógio doido, me dá este relógio!’ Fiquei pensando um minuto e disse: ‘SIM! Te dou.’ Neste minuto passaram várias coisas pela minha cabeça: ‘é o único relógio que tenho, preciso dele’, mas pensei na frase do Evangelho: ‘Dai e vós será dado’. Pensei também: ‘este relógio não tem valor nem material nem espiritual para mim, devo desapegar-me das coisas, não posso estar apegado a um pequeno relógio sem valor’. Tirei o relógio e o entreguei ao jovem. Não sei se ele precisava daquele relógio, se ele estava “curtindo” de mim, se estava me testando, se estava se aproveitando... Apenas amei! Amei sem medidas. Este ato me fez pensar muito sobre o apego, muitas e muitas vezes dizemos que somos capazes de dar tudo por Deus, capazes de dar a vida e quando nos deparamos com situações como esta que vivi, percebemos que estamos apegados e que não somos capazes de nada. Precisamos estar livres de todos os tipos de apego, tanto espiritual como material e vivermos bem o momento presente.” (Marcelino Vaz)

Esvaziar o bolso

“Minha experiência é de um aprendizado. Quando vim para a Mariápolis, sabia da importância da partilha de bens, mas não possuía tal hábito. Nem quis trazer muito dinheiro, pois sabia que acabaria por pô-lo em comum, e preferi deixar ‘minhas economias’ com minha mãe até que eu voltasse para casa. Em sua sabedoria, ela não aceitou que eu viajasse apenas com o dinheiro da passagem (minha egoísta opção) e me devolveu quase todo o dinheiro que eu lhe havia entregado. ‘Tudo bem – pensei – posso guardar este dinheiro comigo e partilhar apenas uma parte. Todos fi carão contentes pela minha doação!’ Mas fui, logo de início, contagiado pelo espírito de fraternidade deste lugar, e aquela voz que fala baixinho dentro da gente gritava ‘dê tudo, e não aos poucos, mas de uma vez’. Eu não possuía muito dinheiro, mas estava apegado a ele e me parecia ser muito. Já havia dado um pouco do que tinha, mas era uma parte pequena. Certa noite, em uma conversa após a janta, falei que tinha mais dinheiro comigo do que havia informado e pus tudo em comum. Foi difícil, mas eu já tinha ouvido a música que seria o hino da Campanha da Fraternidade e não a aguentava mais. Passado o primeiro mês, o salário de um de nós atrasou, e vi o quanto foi importante eu dar tudo o que tinha.” (Jean Carlos Ramiro)

Ouvir “aquela voz”

“Um dia desses, eu estava no Projeto Jardim Margarida, onde dou aulas de música, e lia um texto de Chiara, num momento de intervalo. Esse texto falava da vontade de Deus, e de como Deus se manifesta falando-nos através de nossa consciência. Confesso que nunca acreditei muito nisso, pois sempre tive dúvidas sobre quando é realmente Deus que fala ou minha imaginação. Nesse dia, na hora de ir embora, começou uma chuva muito forte, e eu fi quei esperando na minha sala, sem poder sair. Num certo momento ouvi aquela voz dentro de mim falando que eu deveria ir até a sala da Lucila, que é a diretora do Projeto, mas ao mesmo tempo pensava que ela já deveria ter ido embora e sua sala com certeza estaria fechada. Mas nesse dia acreditei nessa voz e fui até a sala dela. Para minha surpresa ela estava lá conversando com outra professora. Quando entrei na sala, Lucila pediu para essa professora, que estava saindo naquele momento, que desse uma carona pra mim até a Mariápolis, pois a chuva ainda não tinha parado. Se eu tivesse me recusado a ouvir aquela voz, exatamente naquele momento, não teria feito essa experiência da Providência de Deus.” (Thiago Antonio Ingenchki)

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