terça-feira, 1 de junho de 2010

Comunhões de Vida Gens do Sudeste

Comunhão de vida

No desejo de não apenas estimular a vivência da Palavra de Deus, mas também de chegarmos a partilhar os seus frutos em nossa vida, apresentaremos algumas experiências de seminaristas do Sudeste Brasileiro.

Amor e reconciliação

Luis Fernando - São João da Boa Vista – SP

Numa aula, na faculdade, dois amigos de turma e eu havíamos entrado em desacordo por ocasião
de uma discussão proposta pela professora. Com isso me senti muito mal. De início não queria rever isso, mas no fundo fiquei chateado. Então, no dia seguinte, sendo aniversário de um desses amigos, surgiu a oportunidade para amar, esquecendo o que tinha acontecido. Na hora do abraço de parabéns procurei ser sincero, agradecendo a ele pelo dom que sua vida é para mim. No mesmo dia o outro amigo me chamou pra assistir um filme com ele, aproveitando a noite de folga. Na verdade eu não queria por estar chateado e por ter reservado essa noite para o estudo. No entanto, deixei todos os projetos e fui “fazer-me um” com ele. Foi um momento muito rico, mesmo se eu cochilei a maior parte do filme. Isso possibilitou que no dia seguinte tivéssemos uma conversa mais franca sobre o acontecido na faculdade. Com essa experiência aprendi aquilo que São Paulo diz em sua carta aos coríntios: “O amor tudo desculpa”.

Trabalho com os coroinhas

Anderson R. Pereira - São João da Boa Vista – SP

Já faz três anos que sou coordenador diocesano da Pastoral dos Coroinhas. Nesses anos tenho desenvolvido muitas atividades. Contudo, muitas vezes acabo tomando as decisões e realizando todas as atividades praticamente sozinho. Isso sempre me deixou muito sobrecarregado e, durante os eventos da pastoral, acabava sendo “roubado” de toda alegria que é própria destes encontros. No mês de abril tinha organizado um retiro para os coroinhas, e nesse retiro tive a possibilidade de fazer a experiência de Jesus em Meio: desta vez, ao invés de realizar tudo sozinho, resolvi ir ao encontro dos irmãos e solicitar ajuda. Com o sim de alguns deles, nos lançamos. Muitas foram as dificuldades encontradas ao longo do retiro, por vezes até me abalei, temi, senti-me fraco, mas a presença de Jesus em meio me fortificou, pois toda dificuldade foi partilhada com os irmãos que lá estavam, e o amor se manifestou e triunfou! Assim enfrentamos
juntos as dificuldades, que não foram poucas e nem pequenas. A alegria e a satisfação também foram partilhadas na unidade! O fato de perceber que a alegria entre nós contagiou a todos naquele lugar, consolidou a certeza de que Jesus estava no meio de nós!
Essa experiência de unidade na minha pastoral diocesana já foi partilhada no retiro do mês de maio e ainda será comunicada a todas as outras comunidades. Percebe-se que a unidade gera frutos de vida!

O vulto do Abandonado

Ricardo A. C. da Silva - São João da Boa Vista - SP

Durante sete anos tive problemas com o meu pai, especialmente por causa de seu inaceitável
alcoolismo. Nesse período conversava com ele apenas para saudá-lo, por ocasião de datas comemorativas e nada mais. Quando surgiam oportunidades para uma conversa mais longa, sempre acabávamos brigando.
Algo diferente aconteceu no início deste ano. No dia 1° de janeiro, estávamos todos reunidos na casa de minha avó comemorando a “união” familiar e a confraternização universal, e estavam presentes inclusive quatro tios com deficiência mental e um com deficiência motora. No término da festa, minha mãe e meu irmão perceberam que meu pai havia bebido além do costume e, como geralmente era ele que levava meus tios pra casa, surgiu uma grande preocupação.
Diante desse fato, pediram-me que levasse meus tios e também meu pai. Algo impressionante ocorreu naquele momento, já ao entardecer. A única imagem que me vinha à mente era a de Jesus Abandonado. Nessa certeza que envolve toda essa mística, assumi uma postura que, certamente, atribuo a Jesus. Com muita paciência, tomei meu pai pela mão, coloquei-o no banho e arrumei sua cama, bem como o ajudei a se vestir. Senti tanta misericórdia dele naquela situação que não cesso de agradecer a Deus por aquele momento memorável que vivi.
Na figura de Jesus Abandonado me reconciliei internamente com meu pai.

“Saber compartilhar”

Anatoli K. Gradiski - Assis - SP

Há pouco tempo iniciamos um grupo de partilha da Palavra de Vida em nosso Seminário de Teologia.
Diante dos desafios e um dia a dia repleto de atividades, conseguimos achar um momento para nos reunir e criar laços de fraternidade e espiritualidade. Pouco a pouco isto está transformando nossa vida pois percebemos que nos tornamos mais próximos e tentamos conviver, além de solucionar as dificuldades uns dos outros. Embora não seja muito fácil, a experiência de “fazer-se um” no seminário tem sido uma meta para cada um de nós, porque não basta viver este relacionamento entre nós, mas sentimos a necessidade de testemunhar isso aos outros seminaristas das várias dioceses que compartilham conosco do mesmo ambiente de formação. Trata-se de uma verdadeira arte, onde o amor pode nos motivar a construir verdadeiros laços de amizade e de fraternidade, na simplicidade de estar juntos, saber ouvir com atenção e dispor-se ao diálogo. Tudo nos enriquece!

Missão no Pará

Thiago C. Toledo - Valença – RJ

Tive a oportunidade de fazer uma experiência missionária na Diocese de Santarém, no Pará. Dentre
mais de cinqüenta missionários, éramos quatro de nossa Diocese de Valença: dois seminaristas, um diácono e um jovem leigo. Partimos com ardor e ali vivemos intensamente a bênção da missão. Durante uma semana fomos preparados pelo assessor da CNBB, Pe. Estevão e, durante trinta dias, estivemos em missão em pequenos grupos pertencentes a 52 comunidades do planalto paraense. Fomos enviados por Dom Esmeraldo, bispo local, e acompanhados pelo pároco dessa grande paróquia. Encontramos uma realidade de pobreza extrema, de abandono político, de exploração econômica, especialmente de madeireiras, de profunda crise cultural, especialmente deixando sem sonhos aquela juventude; sem escola, sem lazer e sem perspectivas de trabalho.
Em meio a tamanha miséria é espantoso o avanço do neo-pentecostalismo, inclusive de duas “Igrejas” já bem estruturadas: a Assembléia de Deus e a Igreja da Paz. Conforta, em contrapartida, o protagonismo de nossos leigos, não só como interventores sociais, mas como ministros da palavra e da liturgia. Guardarei para sempre no coração as ricas, criativas e fervorosas celebrações realizadas pelas comunidades sem padre.

Comunhão de experiências

Douglas - Niterói – RJ

Resolvemos nos encontrar para partilhar as experiências dos encontros de férias e aproveitamos
do momento que o programa do seminário disponibiliza, semanalmente, para a espiritualidade Éramos um grupo de mais de 20 seminaristas, pertencentes aos Movimentos dos focolares, da RCC e do Opus Dei. Partilhamos a realidade de cada Movimento e as experiências dos encontros. Foi muito forte para todos! Resolvemos fazer esse encontro geral a cada dois meses e nos propomos viver uma vida mais santa, sobretudo por ocasião das conversas que temos, durante as refeições.
Copyright - Geração Nova Sacerdotal [Gens] - Movimento dos Focolares - Brasil