sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Experiências Gens - Santa Catarina (Acampamento)
terça-feira, 1 de junho de 2010
Comunhões de Vida Gens do Sudeste
No desejo de não apenas estimular a vivência da Palavra de Deus, mas também de chegarmos a partilhar os seus frutos em nossa vida, apresentaremos algumas experiências de seminaristas do Sudeste Brasileiro.
Numa aula, na faculdade, dois amigos de turma e eu havíamos entrado em desacordo por ocasião
de uma discussão proposta pela professora. Com isso me senti muito mal. De início não queria rever isso, mas no fundo fiquei chateado. Então, no dia seguinte, sendo aniversário de um desses amigos, surgiu a oportunidade para amar, esquecendo o que tinha acontecido. Na hora do abraço de parabéns procurei ser sincero, agradecendo a ele pelo dom que sua vida é para mim. No mesmo dia o outro amigo me chamou pra assistir um filme com ele, aproveitando a noite de folga. Na verdade eu não queria por estar chateado e por ter reservado essa noite para o estudo. No entanto, deixei todos os projetos e fui “fazer-me um” com ele. Foi um momento muito rico, mesmo se eu cochilei a maior parte do filme. Isso possibilitou que no dia seguinte tivéssemos uma conversa mais franca sobre o acontecido na faculdade. Com essa experiência aprendi aquilo que São Paulo diz em sua carta aos coríntios: “O amor tudo desculpa”.
Já faz três anos que sou coordenador diocesano da Pastoral dos Coroinhas. Nesses anos tenho desenvolvido muitas atividades. Contudo, muitas vezes acabo tomando as decisões e realizando todas as atividades praticamente sozinho. Isso sempre me deixou muito sobrecarregado e, durante os eventos da pastoral, acabava sendo “roubado” de toda alegria que é própria destes encontros. No mês de abril tinha organizado um retiro para os coroinhas, e nesse retiro tive a possibilidade de fazer a experiência de Jesus em Meio: desta vez, ao invés de realizar tudo sozinho, resolvi ir ao encontro dos irmãos e solicitar ajuda. Com o sim de alguns deles, nos lançamos. Muitas foram as dificuldades encontradas ao longo do retiro, por vezes até me abalei, temi, senti-me fraco, mas a presença de Jesus em meio me fortificou, pois toda dificuldade foi partilhada com os irmãos que lá estavam, e o amor se manifestou e triunfou! Assim enfrentamos
juntos as dificuldades, que não foram poucas e nem pequenas. A alegria e a satisfação também foram partilhadas na unidade! O fato de perceber que a alegria entre nós contagiou a todos naquele lugar, consolidou a certeza de que Jesus estava no meio de nós!
Essa experiência de unidade na minha pastoral diocesana já foi partilhada no retiro do mês de maio e ainda será comunicada a todas as outras comunidades. Percebe-se que a unidade gera frutos de vida!
Durante sete anos tive problemas com o meu pai, especialmente por causa de seu inaceitável alcoolismo. Nesse período conversava com ele apenas para saudá-lo, por ocasião de datas comemorativas e nada mais. Quando surgiam oportunidades para uma conversa mais longa, sempre acabávamos brigando.
Algo diferente aconteceu no início deste ano. No dia 1° de janeiro, estávamos todos reunidos na casa de minha avó comemorando a “união” familiar e a confraternização universal, e estavam presentes inclusive quatro tios com deficiência mental e um com deficiência motora. No término da festa, minha mãe e meu irmão perceberam que meu pai havia bebido além do costume e, como geralmente era ele que levava meus tios pra casa, surgiu uma grande preocupação.
Diante desse fato, pediram-me que levasse meus tios e também meu pai. Algo impressionante ocorreu naquele momento, já ao entardecer. A única imagem que me vinha à mente era a de Jesus Abandonado. Nessa certeza que envolve toda essa mística, assumi uma postura que, certamente, atribuo a Jesus. Com muita paciência, tomei meu pai pela mão, coloquei-o no banho e arrumei sua cama, bem como o ajudei a se vestir. Senti tanta misericórdia dele naquela situação que não cesso de agradecer a Deus por aquele momento memorável que vivi.
Na figura de Jesus Abandonado me reconciliei internamente com meu pai.
Há pouco tempo iniciamos um grupo de partilha da Palavra de Vida em nosso Seminário de Teologia. Diante dos desafios e um dia a dia repleto de atividades, conseguimos achar um momento para nos reunir e criar laços de fraternidade e espiritualidade. Pouco a pouco isto está transformando nossa vida pois percebemos que nos tornamos mais próximos e tentamos conviver, além de solucionar as dificuldades uns dos outros. Embora não seja muito fácil, a experiência de “fazer-se um” no seminário tem sido uma meta para cada um de nós, porque não basta viver este relacionamento entre nós, mas sentimos a necessidade de testemunhar isso aos outros seminaristas das várias dioceses que compartilham conosco do mesmo ambiente de formação. Trata-se de uma verdadeira arte, onde o amor pode nos motivar a construir verdadeiros laços de amizade e de fraternidade, na simplicidade de estar juntos, saber ouvir com atenção e dispor-se ao diálogo. Tudo nos enriquece!
Tive a oportunidade de fazer uma experiência missionária na Diocese de Santarém, no Pará. Dentre mais de cinqüenta missionários, éramos quatro de nossa Diocese de Valença: dois seminaristas, um diácono e um jovem leigo. Partimos com ardor e ali vivemos intensamente a bênção da missão. Durante uma semana fomos preparados pelo assessor da CNBB, Pe. Estevão e, durante trinta dias, estivemos em missão em pequenos grupos pertencentes a 52 comunidades do planalto paraense. Fomos enviados por Dom Esmeraldo, bispo local, e acompanhados pelo pároco dessa grande paróquia. Encontramos uma realidade de pobreza extrema, de abandono político, de exploração econômica, especialmente de madeireiras, de profunda crise cultural, especialmente deixando sem sonhos aquela juventude; sem escola, sem lazer e sem perspectivas de trabalho.
Em meio a tamanha miséria é espantoso o avanço do neo-pentecostalismo, inclusive de duas “Igrejas” já bem estruturadas: a Assembléia de Deus e a Igreja da Paz. Conforta, em contrapartida, o protagonismo de nossos leigos, não só como interventores sociais, mas como ministros da palavra e da liturgia. Guardarei para sempre no coração as ricas, criativas e fervorosas celebrações realizadas pelas comunidades sem padre.
do momento que o programa do seminário disponibiliza, semanalmente, para a espiritualidade Éramos um grupo de mais de 20 seminaristas, pertencentes aos Movimentos dos focolares, da RCC e do Opus Dei. Partilhamos a realidade de cada Movimento e as experiências dos encontros. Foi muito forte para todos! Resolvemos fazer esse encontro geral a cada dois meses e nos propomos viver uma vida mais santa, sobretudo por ocasião das conversas que temos, durante as refeições.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Experiências Gens da Região Sudeste
“A consciência mais clara de que a Palavra de Deus transforma a vida da gente quando nos tornamos protagonistas do seu cumprimento e no seu amor. É possível construir relações autênticas onde cada vez mais e melhor vivermos o evangelho, principalmente em relação aos nossos irmãos" (Anatoli Konstantin Gradiski – Assis – SP).
“Este congresso marcou muito minha caminhada vocacional. É a primeira vez que participo e estou no quarto ano de teologia. O tema 'relacionamentos autênticos' foi de muito valor para minha vida de comunidade, para ser vivido em uma verdadeira amizade e irmandade. Os palestrantes foram muito felizes na sua caminhada pelos temas". (Wallace Ortêncio de Azevedo – Campos – RJ).
“É o primeiro congresso do movimento que eu participo. Significou que o relacionamento autêntico só pode ser construído alicerçado no amor. E por isso devo dar sempre o primeiro passo". (Anderson Peixoto dos Santos – Niterói – RJ).
“Este congresso significou para mim uma mudança de vida, onde tive a experiência de Cristo em nosso meio, no contato com os irmãos de outras realidades. Com relação ao Cristo abandonado pude ver na minha história a presença dele que se abandona por amor ao ser humano. Quando se ama tudo vale a pena. A presença dos padres em meio aos seminaristas, o povo de Deus, representa essa unidade, espiritualidade de união e comunhão onde percebemos que somos todos irmãos caminhando para a santidade: Mariápolis celeste. No mais, agradeço imensamente a Deus por este movimento que hoje move minha vocação". (Bruno César Costa Alves – Niterói – RJ).
“Este Congresso foi muito significativo para o meu aprofundamento no Ideal do movimento, e também, para observar bem a minha vocação, para não me decepcionar e, nem aos outros. Ser um sacerdote é uma grande responsabilidade, mas, perante o movimento dos focolares é um ensinamento de vida para todos. Obrigado". (André Luis R. Neto – Dourados – MS).
“Este congresso significou para mim um convite a amar nas pequenas coisas, a recomeçar sempre e reconhecer que Deus me ama imensamente". (Daniel Leonel – Nova Iguaçu – RJ).
“Este congresso significou para mim um crescimento da compreensão do evangelho e conseqüentemente, dos relacionamentos". (Marcos Paulo Fernandes – Dourados – MS).
“Este congresso mostrou para mim as dificuldades que os seminaristas enfrentam no seminário, e isso me ajudou muito, pois me preparou e com as meditações e palestras vi que centralizado em Deus, que nos ama imensamente, posso encontrar soluções para as dificuldades. Pude perceber que o mais importante é como diz Santo Agostinho, “amar sem medida”. Agradeço a Deus, por estes dias de fraternidade e união que passei aqui construindo Jesus em meio". (Erick Oliveira Pereira – Bauru – SP).
“Significou recomeçar a vida do amor fortalecendo os meus relacionamentos". (Luis Fernando – São João da Boa Vista – SP).
“Significou um recomeçar da minha formação. Com certeza, foi uma boa apresentação dos desafios da nossa formação. Além disso, foi uma boa ocasião de nos unirmos como uma só Igreja". (Douglas – Niterói – RJ).
“Este congresso significou para mim que, mesmo com tantas expressões que cada vez nos jogam na solidão, no egoísmo, no isolamento das verdadeiras relações, podemos construir unidade com as pessoas. Construir esta unidade e também os relacionamentos autênticos pode e é possível de ser concretizado. Não é algo platônico, perdido em idéias, mas que se concretiza em nossas vidas. O desafio, neste momento é o de assim concretizar estes relacionamentos em todos os ambientes de nossas vidas, em especial, em nossas casas de formação, nossas faculdades, que tanto carecem de um forte testemunho nosso que experimentamos da unidade, do Jesus em meio, gerando os relacionamentos autênticos". (Anderson Rodrigo – São Carlos – SP).
“O congresso foi uma possibilidade de estar junto com pessoas que buscam o que busco: o amor, Cristo em nós! Ter a possibilidade de amar, ouvir experiências de jovens como eu e de pessoas mais vividas que amam e que por este amor são felizes. Em resumo: este congresso foi a possibilidade que Deus me deu de recomeçar a amar e redescobrir que minha vocação é antes de tudo o amor e é por este amor que serei feliz, feliz em Deus no próximo. Estamos juntos. Valeu!" (Anderson Ricardo Pereira – São João da Boa Vista – SP).
“Este congresso significou para mim momentos de graça e muito amor. Pude perceber o quanto Deus me ama, ele me ama imensamente e preciso passar adiante este amor. O carisma da unidade é tudo que precisamos para viver melhor no mundo de hoje. Deus é amor e precisamos viver e testemunhar para que o mundo creia e ame como Jesus nos ensinou". (Osvaldecir Leandro Mendes – Dourados – MS).
“Significou a presença de Deus em cada pessoa, ajudou-se a ir ao encontro do irmão e aprofundar as relações interpessoais. Este Congresso me impulsionou a redescobrir o valor das relações na construção do meu ser pessoa". (Fernado Lorenz – Dourados – MS).
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Experiências Gens do Nordeste
Otaviano Silva Pimenta
No mês de fevereiro fiz uma experiência no seminário, através da qual pude amar por primeiro. Aqui no seminário é costume um grupo de cinco seminaristas ficarem juntos na mesma mesa durante um mês. No inicio do mês, durante as refeições, percebi que meus colegas não tinham o costume de esperar que todos terminassem a refeição para sairmos juntos da mesa. Foi ali que encontrei a oportunidade de amar e, na primeira semana, fiquei e esperei que o colega terminasse sua refeição. Na semana seguinte os colegas de mesa tinham percebido a minha atitude e começaram também eles, a fazer o mesmo. Já estávamos quase no meio do mês e éramos os únicos que ficávamos juntos até o final de cada refeição.
Francisco Erivano Galdino Clemente
cultivarmos a espiritualidade da unidade e, considerando a falta de recursos, tivemos a idéia de fabricarmos biscoitos caseiros e demos a esse prato o nome de “Biscoito da unidade”. Saíamos a vender o biscoito nas comunidades, de preferência onde fazíamos nossas experiências pastorais. Decidimos isso no dia dezesseis de abril à noite, por ocasião de nosso encontro gens e contamos, também, com o apoio do Pe. Norbayro Londoño, assistente espiritual e reitor do Seminário São José da Diocese de Crato. Faz poucos meses que participo do grupo dos focolares. Sou muito grato pelo convite para participar e conhecer esse Ideal, onde descobri uma verdadeira família de irmãos. Estou começando a dar os primeiros passos, descobrindo a beleza desta espiritualidade, através desses encontros de irmãos. Sinto-me muito bem acolhido e posso dizer que ali se experimenta uma verdadeira fraternidade.
pude experimentar a presença de Jesus em meio e comecei a ver aquela viagem como um grande momento de crescimento para minha vida cristã. Depois descobri um pequeno espaço ao lado do motorista e passei a observar as pessoas com um novo olhar. Comecei a conversar com o motorista e com alguns passageiros, tanto que, até acabei esquecendo a falta de um assento melhor e a viagem tornou-se muito agradável e feliz.
Experiências dos Gens da Escola Ianua Coelli 2010
A seguir, desejamos partilhar um pouquinho a experiência de três seminaristas de três diocese diferentes que, com o consentimento do respectivo bispo, decidiram neste ano, interromper o estudo da teologia para participar da Escola Gens Ianua Coelli, na Mariápolis Ginetta, em Vargem Grande Paulista - SP. O Thiago é de Ponta Grossa - PR; Marcelino é de Anápolis - GO e Jean é de Joinville - SC.
Um presente de Deus
Para nós, estar fazendo a Escola Gens, Ianua Coelli, na Mariápolis Ginetta, é um grande presente
que recebemos de Deus. Já se passaram dois meses e as experiências são muitas. Somos três e nossa casa tem quatro quartos, mas para construir a presença de Jesus em nosso meio, decidimos fi car juntos, no mesmo quarto. Assim, podemos partilhar nossas alegrias e sofrimentos, pois durante o dia quase não nos vemos, devido ao trabalho que realizamos. Tudo aqui é uma escola, aprender a lavar e passar nossas roupas, a cozinhar..., coisas que dificilmente fazemos em nossos seminários. Mas também aprendemos a pôr em prática a arte de amar, a arte de conviver, a arte de nos desapegar, a arte de perder a própria vontade para fazer a vontade de um Outro que nos fala a cada dia: “Eu serei o vosso mestre”. Cada um de nós, a partir de agora, contará alguma experiência que teve neste início de ano.
Relógio “doido”
“Poderia partilhar várias experiências, mas gostaria de destacar uma que foi muito forte. Como alguns já sabem, trabalho em uma fábrica de móveis e o ambiente de uma fábrica é bem diferente, pessoas de várias convicções religiosas, pessoas ‘malhas’, com uma linguagem bem diferente da que estou acostumado. Conversava com um Gen quando outro jovem, funcionário da fábrica, se aproximou de nós. Conversa vai, conversa vem, ele me disse: ‘Mano, relógio doido, me dá este relógio!’ Fiquei pensando um minuto e disse: ‘SIM! Te dou.’ Neste minuto passaram várias coisas pela minha cabeça: ‘é o único relógio que tenho, preciso dele’, mas pensei na frase do Evangelho: ‘Dai e vós será dado’. Pensei também: ‘este relógio não tem valor nem material nem espiritual para mim, devo desapegar-me das coisas, não posso estar apegado a um pequeno relógio sem valor’. Tirei o relógio e o entreguei ao jovem. Não sei se ele precisava daquele relógio, se ele estava “curtindo” de mim, se estava me testando, se estava se aproveitando... Apenas amei! Amei sem medidas. Este ato me fez pensar muito sobre o apego, muitas e muitas vezes dizemos que somos capazes de dar tudo por Deus, capazes de dar a vida e quando nos deparamos com situações como esta que vivi, percebemos que estamos apegados e que não somos capazes de nada. Precisamos estar livres de todos os tipos de apego, tanto espiritual como material e vivermos bem o momento presente.” (Marcelino Vaz)
Esvaziar o bolso
“Minha experiência é de um aprendizado. Quando vim para a Mariápolis, sabia da importância da partilha de bens, mas não possuía tal hábito. Nem quis trazer muito dinheiro, pois sabia que acabaria por pô-lo em comum, e preferi deixar ‘minhas economias’ com minha mãe até que eu voltasse para casa. Em sua sabedoria, ela não aceitou que eu viajasse apenas com o dinheiro da passagem (minha egoísta opção) e me devolveu quase todo o dinheiro que eu lhe havia entregado. ‘Tudo bem – pensei – posso guardar este dinheiro comigo e partilhar apenas uma parte. Todos fi carão contentes pela minha doação!’ Mas fui, logo de início, contagiado pelo espírito de fraternidade deste lugar, e aquela voz que fala baixinho dentro da gente gritava ‘dê tudo, e não aos poucos, mas de uma vez’. Eu não possuía muito dinheiro, mas estava apegado a ele e me parecia ser muito. Já havia dado um pouco do que tinha, mas era uma parte pequena. Certa noite, em uma conversa após a janta, falei que tinha mais dinheiro comigo do que havia informado e pus tudo em comum. Foi difícil, mas eu já tinha ouvido a música que seria o hino da Campanha da Fraternidade e não a aguentava mais. Passado o primeiro mês, o salário de um de nós atrasou, e vi o quanto foi importante eu dar tudo o que tinha.” (Jean Carlos Ramiro)
“Um dia desses, eu estava no Projeto Jardim Margarida, onde dou aulas de música, e lia um texto de Chiara, num momento de intervalo. Esse texto falava da vontade de Deus, e de como Deus se manifesta falando-nos através de nossa consciência. Confesso que nunca acreditei muito nisso, pois sempre tive dúvidas sobre quando é realmente Deus que fala ou minha imaginação. Nesse dia, na hora de ir embora, começou uma chuva muito forte, e eu fi quei esperando na minha sala, sem poder sair. Num certo momento ouvi aquela voz dentro de mim falando que eu deveria ir até a sala da Lucila, que é a diretora do Projeto, mas ao mesmo tempo pensava que ela já deveria ter ido embora e sua sala com certeza estaria fechada. Mas nesse dia acreditei nessa voz e fui até a sala dela. Para minha surpresa ela estava lá conversando com outra professora. Quando entrei na sala, Lucila pediu para essa professora, que estava saindo naquele momento, que desse uma carona pra mim até a Mariápolis, pois a chuva ainda não tinha parado. Se eu tivesse me recusado a ouvir aquela voz, exatamente naquele momento, não teria feito essa experiência da Providência de Deus.” (Thiago Antonio Ingenchki)
Fazer do Seminário uma Família (Tiago e do Edílson) - Brasília (DF)
Fazer do Seminário uma família
Tiago Pereira e Edílson Santos da Costa
Dois seminaristas de Brasília contam com simplicidade e limpidez evangélica o estilo de vida de um grande grupo de seminaristas que, através dos pequenos gestos, contribui para criar relacionamentos de comunhão em cada aspecto de seu seminário.
Edílson: Nós dois vivemos junto com outros seminaristas a espiritualidade da unidade, procurando ser uma família entre nós e com todos os nossos companheiros de seminário.
Tiago: Para ser verdadeiramente família segundo o espírito do Evangelho é necessário acolher as necessidades do outro como as próprias. Nesse ano, um dos seminaristas, que compartilha conosco o mesmo ideal de vida pessoal e comunitário, passou um momento de crise. O motivo provinha do fato de que os pais ficaram doentes, sem trabalho e cheios de dívidas. Foi difícil para
ele colocar em comum essa situação. Logo que o fez, decidimos abraçar, juntos, esse sofrimento, porque a sua família era também a nossa. Inspirando-nos no trecho dos Atos – onde se lê: “entre os cristãos não havia necessitados” – fizemos uma comunhão de bens entre nós para as necessidades mais urgentes e o ajudamos também nas tarefas do seminário e da faculdade. Esse amor concreto dava-lhe força para enfrentar aquela situação difícil. Os outros seminaristas, ao verem o nosso esforço em compartilhar as dificuldades desse nosso irmão, se puseram também à disposição, propondo fazer uma coleta durante uma das Missas. Hoje a situação melhorou e a sua família é imensamente agradecida pelo nosso amor concreto.
Tiago: Uma coisa que constatamos é que a vida de unidade e de amor recíprococontém tal carga de verdade e beleza que se torna atraente. Um dia, estávamos reunidos em um de nossos quartos para meditar a Palavra de Vida daquele mês, e chegou um seminarista novo. Ele queria saber alguma coisa do seminário; o acolhemos bem, como se fosse o próprio Jesus a entrar por aquela porta. Antes que saísse demos uma cópia da Palavra de Vida daquele mês, e na próxima vez ele estava presente nesse encontro. A amizade com esse seminarista cresceu e nos tornamos grandes amigos. Depois das férias do meio de ano, ele passou por um momento de dúvida acerca de sua vocação. Conhecendo-o, compreendi que essas dúvidas eram fruto de algum apego que me parecia ser seu dever resolver. Porém, eu não tinha coragem de dizê-lo por respeito humano, pensando que ele não iria aceitar bem. Depois de uma meditação da Palavra, eu sentia aquela “voz” dentro de mim que me parecia uma inspiração do Espírito Santo e que me impulsionava a dar esse passo somente por amor a ele, sem pretender “convertêlo”, porque só Deus pode tocar o coração de uma pessoa. Então o chamei para conversar e procurei “silenciar” diante dele para poder compreendê-lo e acolhê-lo profundamente, e ele fez o mesmo. Ao final, aquele colóquio serviu também para mim e estávamos os dois muito felizes. Assim ele pode superar aquele momento difícil que estava vivendo.
Pobreza e partilha
Edilson: Na paróquia onde fiz o estágio pastoral, deram-me de presente um par de sapatos. Estava muito contente com o presente. Voltando ao seminário, percebi que alguns companheiros, que seriam ordenados diáconos naqueles dias, tinham necessidade de um par de sapatos. Então, me senti impulsionado a viver um ponto da arte de amar que convida a “amar o outro como a si”. Procurei um deles e o fiz experimentar os sapatos e, de fato, pareciam feitos justamente para ele.
Ele me disse que já tinha deixado a idéia de comprar sapatos para a ordenação e que seria ordenado com os únicos sapatos que tinha, muito usados. Saindo do seu quarto, senti uma grande liberdade interior.
Tiago e Edílson
Brasília - DF (Extraído da Revista Perspectivas de Comunhão, Ano XIX n.02 março de 2010.
Experiência do Douglas - Niterói (RJ)
fizemos uma forte experiência de comunhão entre nós. Combinamos de nos encontrarmos no momento que o seminário disponibiliza, semanalmente, para as espiritualidades. Resolvemos nos encontrar para partilhar as experiências dos encontros das férias. Éramos nós do movimento dos focolares, os da RCC e os do Opus Dei.
Era um grupo com mais de 20 seminaristas. Partilhamos sobre cada movimento e sobre as experiências dos encontros. Foi muito foorte para todos! Resolvemos fazer esse encontro geral a cada dois meses e nos propomos viver uma vida mais santa, sobretudo durante as refeições nas conversas que temos.
Um abraço,
Douglas
Niterói-RJ
Experiência do Marcelino (Casetta Gens 2010)
Envio-lhe este para partilhar uma experiência muito profunda que realizei esta semana. Como alguns já sabem, trabalho em uma fabrica de moveis e o ambiente de uma fabrica e bem diferente, pessoas de varias convicções religiosas, pessoas "malhas", com uma linguagem bem diferente da que sou acostumado. Conversava com um gen e chegou outro jovem funcionário da fábrica e aproximou-se de nós. Conversa vai, conversa vem ele me disse: "Mano, relógio doido, me dá este relogio!" Fiquei pensando um minuto e disse: SIM! te dou. Neste minuto passaram varias coisas na minha cabeça: é o unico relógio que tenho, preciso dele, mas pensei na fase do Evangelho: Dai e vós será dado. Pensei também: este relógio não tem valor nem material como espiritual para mim, devo me desapegar das coisas, não posso estar apegado há um pequeno relógio sem valor. Tirei o relógio e o entregei ao jovem, ele ficou todo feliz e usa sempre aquele relógio! Não sei se ele estava precisando daquele relógio, se ele estava "curtindo" de mim, se estava testando, se estava aproveitando-se... Apenas amei! Amei sem medidas.
Este ato me fez pensar muito sobre o apego, muitas e muitas vezes dizemos que somos capazes de dar tudo por Deus, capazes de dar a vida e quando deparamos com situações como esta que vive, percebemos que estamos apegado e que não somos capazes de nada. Precisamos estar lives de todos os tipos de apego, tanto espiritual como material e vivemos bem o momento presente. Conto com suas orações e conte também com minhas orações e unidade.